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O peso da culpa

Um dos temas que me surge muito em consulta e que se torna muitas vezes limitador é o sentimento de culpa que muitos de nós carregamos sem nos darmos conta do peso que este tem nas nossas vidas.


Para entendermos como o sentimento de culpa nos influencia de forma menos positiva, nada como começarmos por o entender!


Por detrás das nossas tristezas, angustias, frustrações, insatisfações e outros sofrimentos, está um sentimento: a culpa. Esta emoção é pura frustração! Do que nós fomos em relação ao que queríamos ter sido, do que fizemos e do que deveríamos ter feito. Na verdade, a culpa divide-nos em duas pessoas a boa (eu real) e a menos boa (eu ideal): uma tortura a outra.


E como acontece este processo? Quando damos início a um julgamento e/ou juízo de valores a nosso respeito, os nossos dois eus entram em julgamento, sendo o eu menos bom (eu ideal) quem vai julgar e fazer exigências impossíveis e perfeccionistas ao “eu real”.


É aqui que, nos nossos ombros, aparece de um lado “o anjo” e de outro o “diabo” - o que é certo e errado. Quando o nosso pensamento (eu ideal) faz exigências impossíveis e perfeccionistas, o nosso “eu real” nunca as vai conseguir concretizar e/ou realizar. É aqui que entramos em frustração e onde entra o chamado “sentimento de culpa” pela não realização e concretização dessa exigência que nos é pedida.


Uma grande parte das pessoas passa muito tempo a tentar ser o que acham que deveriam ser, em função de conceitos e padrões que lhes foram impostos pelo meio envolvente desde a sua infância. Enquanto procuram ser o que deveriam, esquecem-se de se realizar a si mesmas por aquilo que realmente são e verdadeiramente necessitam. Ao criarem expectativas daquilo que deveriam ser, criam uma imagem e vivem em função da mesma, entrando assim a culpa.


A culpa faz-nos gastar energias numa lamentação interior ao invés de as gastarmos em novos comportamentos e/ou ações que nos tragam benefícios. Ela é uma forma de vingança para com nós mesmos pelo simples facto de não termos atendido às expectativas de alguém a nosso respeito. Ao sentirmos culpa estamos alienados de nós mesmos.

A culpa não deixa de ser, nada mais nada menos, que as vozes recriminatórias dos nossos pais, famílias, de todo o meio que nos envolve e que ainda residem dentro de nós e às quais damos importância e valor. Crenças falsas e limitadoras.


Para trabalharmos o sentimento de culpa temos que primeiro identificar essas crenças que são erróneas. Ao identificarmos o tipo de crença que nos levou a este sentimento, devemos fazer a sua aceitação e integração e, no final, fazermos o processo de perdão.

Aceitação porquê? Porque fizemos o que nos foi permitido pela nossa consciência na altura e que considerávamos ser o mais correto no momento. Ao fazermos essa integração, vamos olhar para toda a situação e ver qual a lição e/ou aprendizagem que foi feita e que no fundo foi necessária para o nosso crescimento e valorização pessoal.


No final o perdão: perdoarmo-nos a nós é restabelecermos a nossa própria unidade, é unir o que a culpa dividiu, é uma aceitação integral de tudo o que aconteceu, é o encontro amoroso e corajoso com a nossa realidade.


Que todos nos observemos e questionemos de modo a que consigamos identificar qual a área da nossa vida ainda está a ser influenciada por este sentimento limitador.


Fica aqui a oportunidade de darem mais um pequeno passo no vosso auto conhecimento e crescimento.


Qualquer duvida e ou esclarecimento que necessitem, não hesitem em me escrever.



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