O conto que te conto
Este fim de semana, chegou até mim um conto que foi partilhado comigo há uns bons anos -quando iniciei a minha jornada de auto descoberta. O objectivo desta minha partilha é ajudar-vos a reflectir um pouco sobre a forma como gerem o vosso dia-a-dia e sobre o partido que tiram de cada instante.
Afinal, cada dia que vivemos está cheio de oportunidades, mesmo quando sentimos que aparecem limitações!
Após leres o conto, observa qual a atitude que colocas perante as oportunidades que tens à tua frente e pergunta-te como te permites viver o teu dia.
Espero que gostem e que ele vos ajude a fazer as mudanças que necessitam para serem a vossa melhor versão a cada dia e desfrutem do melhor que a vida tem para vós.
O BUSCADOR
Esta é a história de um homem que eu vou definir como um buscador. Um buscador é alguém que busca e não necessariamente encontra. É, simplesmente, alguém para quem a vida é uma busca.
Um dia, o buscador sentiu que deveria ir até uma determinada cidade. Tinha aprendido a prestar muita atenção às sensações que vinham de um lugar desconhecido de si mesmo. E dando ouvidos ao seu sentir, partiu.
Depois de uns dias de caminhada por estradas empoeiradas e sinuosas, avistou a dita cidade. Um pouco antes de chegar, algo lhe chamou à atenção. À sua direita observou uma colina que se encontrava coberta de um verde maravilhoso, cheia de árvores, pássaros e majestosas flores. Estava completamente circundada por uma pequena cerca de madeira polida. Uma porta de bronze convidava-o a entrar.
Rapidamente se esqueceu da cidade e sucumbiu a sensação de descansar naquele maravilhoso lugar.
O buscador atravessou a porta e começou a caminhar lentamente entre pedras brancas, como se estivessem distribuídas ao acaso entre as árvores.
Ele deixou que os seus olhos pousassem como borboletas em cada detalhe daquele maravilhoso e colorido paraíso.
Os seus olhos eram os de um buscador e por isso descobriu uma inscrição sobre uma das pedras.
“Maria Francisca viveu 8 anos, 6 meses, 2 semanas e 3 dias”
Ficou chocado ao dar-se conta que aquela pedra não era uma simples pedra, mas sim uma lápide. Sentiu pena só de pensar que uma criança de tão pouca idade se encontrava enterrada naquele lugar.
Continuou a olhar à sua volta e deu-se conta que a pedra ao lado também tinha uma inscrição que dizia: “João Maria viveu 5 anos, 8 meses e 3 semanas.
O buscador emocionou-se. Aquele maravilhoso lugar era um cemitério e cada pedra era uma lápide. Uma a uma, começou a ler as lápides e todas tinham inscrições similares, um nome e um tempo de vida. O que mais o impressionou foi constatar que o tempo vivido não passava dos 11 anos.
Invadido por uma grande tristeza, sentou-se e começou a chorar.
O zelador do cemitério passou por ali, observou-o em silêncio. Aproximou-se e perguntou se chorava por algum familiar.
- Não, por nenhum - disse o buscador. - O que se passa nesta cidade? Que coisa tão terrível há aqui, porque há tantas crianças enterradas neste lugar? Que maldição existe que vos tenha obrigado a construir um cemitério para crianças?
O zelador e ancião respondeu: pode o senhor serenar-se, não há maldição. O que se passa é que aqui temos um velho costume. Vou-lhe contar.
- Quando um jovem chega aos 15 anos, seus pais oferecem um pequeno livro como este que eu tenho aqui, para pendurar ao pescoço. É tradição entre nós que a partir desse momento, sempre que vivemos algo intensamente, o anotemos neste pequeno livro. À esquerda anotamos o que foi desfrutado e à direita quanto tempo durou.
Quando conheceu a sua noiva e se enamorou dela? Quanto tempo durou a paixão e o prazer em a conhecer? Uma, duas a três semanas? A emoção do primeiro beijo? Quanto durou - um minuto, três dias, uma semana? A gravidez e nascimento do primeiro filho? Aquela viagem tão desejada? O encontro com aquele amigo que está num lugar distante? O tempo que durou o prazer de todas as situações que vivemos intensamente, são anotadas neste pequeno livro.
Quando alguém morre é nosso costume abrir o seu livro e somar o tempo que desfrutou para o escrever na sua lápide.
Porque para nós esse é o ÚNICO e VERDADEIRO TEMPO VIVIDO.
Após leres este conto, reflecte um pouco, sobre como usas o teu tempo. Qual a tua atitude perante ti e tudo o que te rodeia? O que gostarias de mudar para seres a tua melhor versão?
Se necessitares de orientação e quiseres mergulhar dentro de ti, não hesites em agendar uma consulta, para iniciares uma maravilhosa viagem ao teu encontro.