O alcance da Felicidade
Termina mais um ano e começamos a preparar-nos para receber um novo ciclo de doze meses. Esta é época ideal para um momento de reflexão sobre o que fizemos e o que ficou por fazer, mas também é tempo de planear e criar objectivos e as metas que nos propomos atingir.
Por detrás de tudo isto está a vontade do Ser Humano em se sentir realizado e no seu desejo em alcançar a sua felicidade.
E, quando chegamos a esta parte, podem surgir algumas questões:
- há quem esteja a pensar “eu consegui alcançar os meus objectivo e nem por isso me sinto mais feliz”;
- e há quem esteja a ler e se sinta realizado e feliz sem que tenha concretizado nada do que se propôs a si mesmo.
Pelo estado de felicidade ser algo que se sente e não haver uma forma de o quantificarmos, decidi escrever aqui um pouco sobre o tema, baseando-me na minha experiência e busca.
A felicidade é algo que todos buscamos e desejamos alcançar. Eu própria, antes de entrar no meu processo de crescimento e desenvolvimento pessoal, me questionei infinitamente sobre o que era necessário para eu ser feliz, uma vez que exteriormente reunia toda e qualquer condição necessária para alcançar esse estado; no entanto, não o era. Tudo o que eu tinha, desde o meu relacionamento afetivo, relacionamentos sociais e condições financeiras, proporcionavam-me um bem-estar real, uma felicidade, algo que rapidamente desaparecia, rapidamente se tornava num vazio. O que me faltava então?
O que nos falta para ser feliz?
À medida que fui fazendo o meu processo de crescimento, desenvolvimento e fortalecimento interior, fui-me dando conta que, até ao início desta minha tomada de consciência, eu estava a agir de forma errada em relação a mim mesma, pois colocava e achava que os outros (tudo o que fosse externo a mim desde situações, pessoas, etc.) eram responsáveis pela minha própria felicidade e/ou infelicidade. Toda a minha atenção centrava-se na parte externa do meu Ser, afastando-me assim daquilo que realmente me podia fazer feliz. E porque o fazia? Porque me desconhecia e não percebia as fontes de emoções e pensamentos como sendo internos indo buscá-las fora de mim, passando a culpar e a responsabilizar os outros por aquilo que era a minha responsabilidade, oscilando emocionalmente e reagindo às exigências externas por não ser auto consciente e responsável pelo meu bem-estar. Tudo isto se devia à minha baixa auto-estima e ao meu foco no mundo exterior, levando-me assim ao sofrimento, desequilíbrio, decepções e a um estado de infelicidade.
Uma outra situação de que também me dei conta foi que, muitas vezes, o meu pensamento se encontrava em situações do passado ou se projectava no meu futuro e - ao estar focado nestes dois tempos - não prestava qualquer atenção ao meu presente. Os dias voavam sem eu me dar a oportunidade de sentir, pensar e viver o momento presente.
Quando parei e me permiti olhar para dentro e dar-me valor, aprendi a estar e a viver o momento presente e a procurar toda e qualquer resposta em mim. Aprendi a viver de uma forma mais consciente, transformei o meu interior num mundo equilibrado, lúcido, positivo, autêntico e amoroso.
A felicidade é um estado de espírito e um direito natural de todo o Ser Humano. Ela resulta de uma vida interior rica, criativa, amorosa e amadurecida, associada à exteriorização e materialização deste estado íntimo no nosso dia-a-dia.
A felicidade está sempre no momento presente e na nossa capacidade de o vivenciar plenamente, seja num momento de dor ou de alegria. Estarmos ancorados no aqui e agora, sem desejarmos fugir do que somos ou do que vivemos, e de forma consciente - é um outro passo para a construção da felicidade.
O meu autoconhecimento levou-me ao desenvolvimento da minha auto-estima e ao encontro do meu amor-próprio que, por sua vez, me levou ao aprimoramento do meu interior, assumindo o poder consciente sobre o meu mundo interior conectado com a minha felicidade.
Somos felizes quando nos aceitamos por inteiro e nada mais desejamos.
Que o ano 2021 nos brinde com muito Amor, Saúde, Alegrias e Sucessos.