
A Panela Grávida
No fundo, bem lá no fundo, todos sabemos que para cada decisão, há uma consequência. É quase como aquelas fichas que as crianças fazem em que temos de ligar duas colunas entre si. As galinhas aos ovos... as ovelhas à lã e por aí em diante. Na nossa “ficha pessoal” também é assim: duas colunas – uma para as acções/decisões e outra para as responsabilidades/consequências.
De seguida, uma história para fazer pensar.
A Panela Grávida
Uma tarde, um senhor dirigiu-se a casa do seu vizinho e pediu uma panela emprestada. O seu vizinho, apesar de não ser uma pessoa muito solidária, sentiu-se na obrigação de lha emprestar. Passaram-se quatro dias e a panela não tinha sido devolvida. Com a desculpa de necessitar dela, o vizinho foi até casa do lado pedir a sua panela de volta.
- Sabe, ia a sua casa para a devolver… mas o seu parto foi tão difícil!
- Que parto?
- O da Panela.
- O quê?!
- Ah! O senhor não sabia? A panela estava grávida!
- Grávida?
- Sim, e esta noite teve os filhos, deveria ficar de repouso, mas já está recuperada.
- Repouso?
- Sim, espere um pouco – entrou em casa e trouxe a panela, um jarrinho e uma sertã.
- Isto não é meu, só a panela.
- Não, isto também é seu, são os filhos da panela. Se a panela é sua, as suas crias também são.
Ao pensar que o vizinho estava louco, achou melhor não contrariar e com um “obrigado” regressou à sua casa com o jarrinho, a sertã e a panela. Nessa mesma tarde, o vizinho voltou a tocar à sua porta.
- Vizinho, pode emprestar-me uma chave de fendas e um alicate?
- Sim claro (agora sentia-se ainda mais obrigado do que antes em emprestar-lhe o que pedia).
Passou-se uma semana e, quando planeava ir buscar as suas coisas, o vizinho tocou à porta.
- Ai, vizinho, você não sabia? A chave de fendas e o alicate são namorados!
- Não, não sabia! (diz com ar admirado e olhos esbugalhados)
- Por um descuido meu, deixei-os sozinhos e ele engravidou-a! Trago-lhe aqui as crias (num cestinho estavam uns pregos, parafusos e umas porcas), o alicate e a chave de fendas.
“Totalmente louco”, pensou ele. Mas os pregos, os parafusos e as porcas davam sempre jeito.
Passaram-se dois dias e o vizinho pedinchão apareceu de novo.
- Vizinho, no dia em que lhe trouxe a chave e o alicate reparei que tinha sobre a sua mesa uma linda ânfora de ouro. Seria gentil da sua parte se ma emprestasse por uma noite.
- Claro que sim. (os olhos do dono da ânfora brilharam de alegria)
Passou-se uma semana e o seu vizinho não lha tinha devolvido. Não aguentando a sua ansiedade, foi-lhe pedir a ânfora.
- A minha ânfora?
- A sua ânfora morreu no parto!
- Como morreu no parto?
- Sim, a ânfora estava grávida e morreu no parto.
- Diga-me, o senhor acha que sou estúpido? Como pode estar grávida uma ânfora de ouro?
- Olhe vizinho, se aceitou a gravidez e o parto da panela, o namoro e as crias do alicate e da chave fendas, porque não haveria de aceitar a gravidez e a morte da ânfora?
É importante que tenhamos a consciência de que tudo o que nos acontece é resultado das decisões que tomamos.
No teu dia-a-dia assumes as consequências e os resultados das tuas decisões, mesmo quando não te são agradáveis?
Ao fazeres isso, assumes o teu poder pessoal sem que te tornes vítima do outro e consegues ter as rédeas da tua vida nas tuas mãos.
Se tens dificuldade em usar e colocar em prática o teu poder pessoal, convido-te a agendar uma consulta comigo, através dos meus contactos.