A História da Borboleta
Da minha infância trago as recordações das histórias que me eram contadas - talvez por isso ainda hoje goste tanto de contos: para além da fantasia, muitos deles trazem grandes ensinamentos e muita sabedoria.
A história que partilho convosco mudou a minha forma de agir comigo e com os outros. Com ela passei a olhar para as circunstâncias da vida como uma bênção e compreendi que tudo pelo que passamos tem mais a ensinar do que a punir.
Quantos de nós, perante as adversidades da vida, fazemos este comentário: “Que mal fiz eu para isto me acontecer? Eu até sou tão bonzinho/boazinha e estou sempre pronto ajudar toda a gente!”
E se eu vos disser que, muitas vezes, a melhor ajuda é mesmo não ajudar?
A história que se segue vai explicar melhor!
Certo dia, um homem sentou-se ao lado de um arbusto e reparou num pequeno casulo. Observando o casulo viu que este tinha uma pequena abertura - era o casulo de uma borboleta. Observou-a por algumas horas, viu o quanto ela se esforçava para fazer com que o seu corpo passasse através daquela pequena abertura. A certa altura, ela parou de fazer qualquer progresso. Parecia que tinha ido o mais longe que podia e não podia mais.
Então, o homem decidiu ajudar a borboleta: pegou numa tesoura e cortou o restante casulo. A borboleta saiu facilmente. Mas…
O seu corpo estava murcho, era pequeno e tinha as asas amassadas. O homem continuou a observá-la esperando que, a qualquer momento, as asas dela se abrissem e se esticassem para serem capazes de suportar o corpo e assim poder vê-la a voar.
Nada aconteceu! Na verdade, a borboleta passou o resto da sua vida rastejando com o corpo murcho e asas encolhidas. Ela nunca foi capaz de voar.
Apesar da gentileza e da vontade do homem em ajudar, o que ele não compreendia era que o casulo apertado, e o esforço necessário para passar através da pequena abertura, era o modo pelo qual fazia com que o fluído do seu corpo fosse para as asas, deixando-a capacitada para voar.
Algumas vezes, o esforço é justamente o que precisamos, na nossa vida, para crescermos e aprendermos.
Se passássemos através das nossas vidas sem quaisquer obstáculos, ficaríamos aleijados - tal como a borboleta. Não iríamos ser tão fortes como poderíamos ter sido. Nós nunca poderíamos voar!
A questão que se coloca é: quantas vezes ajudamos pessoas sem elas terem pedido ajuda?
Sempre que ajudamos sem essa ajuda ter sido solicitada, estamos a tirar os recursos às pessoas.
Quando eu pedi força, a vida deu-me dificuldades para me fazer forte.
Quando eu pedi sabedoria, a vida deu-me problemas para resolver.
Quando eu pedi, coragem a vida deu-me obstáculos para superar.
Eu não recebi nada do que pedi… Mas, eu recebi tudo o que eu precisava.
Desejo-vos uma excelente e maravilhosa semana.